ATA DA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 26.01.1989.

 


Aos vinte e seis dias do mês de janeiro do ano de mil novecentos e oitenta e nove reuniu-se, na Sala se Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Terceira Sessão Ordinária da Primeira Sessão Legislativa Extraordinária da Décima Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adroaldo Correa, Airto Ferronato, Artur Zanella, Clóvis Brum, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Flávio Koutzii, Gert Schinke, Giovani Gregol, Heriberto Back, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Mano José, Nelson Castan, Omar Ferri, Valdir Fraga, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilson Santos e Nereu D'Ávila. Constatada a existência de "quorum", o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos, solicitou ao Ver. Airto Ferronato que procedesse à leitura de trecho da Bíblia e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias da Ata da Segunda Sessão Ordinária, que foi aprovada. À Mesa foram encaminhados: pelo Ver. Cyro Martini, 02 Pedidos de Providências, solicitando limpeza na Avenida Prof. Antonio de Carvalho, em frente aos nºs 1624 e 1634; ondulações transversais (quebra-molas) ou providências equivalentes, para a Rua Ernesto Araújo, no trecho compreendido entre o cruzamento com a Rua 1° de Setembro e o cruzamento com a Rua 9 de Junho, Morro da Cruz; pelo Ver. Edi Morelli, 05 Pedidos de Providências, solicitando conserto da proteção lateral da ponte de travessia da Avenida Salvador França sobre a Avenida Ipiranga; melhores condições de trabalho no Plantão de Polícia do Hospital de Pronto Socorro e adequação de um Gabinete Médico-Legista; inscrição do Código de Endereçamento Postal nas placas indicativas de nomes de ruas e logradouros; colocação de ondulações transversais (quebra-molas) na Rua Freitas de Castro, frente ao n° 123; implantação imediata da gratuidade no transporte coletivo urbano de Porto Alegre para os idosos com mais de sessenta e cinco anos; 01 Pedido de Informações, acerca da implantação de quebra-molas no Município; 01 Emenda ao Projeto de Lei do Executivo n° 06/89 (proc. 371/89), que cria cargos de provimento efetivo no Departamento Municipal de Limpeza Urbana do Município de Porto Alegre e dá outras providências; pelo Ver. Ervino Besson, 03 Pedidos de Providências, solicitando calçamento das Ruas Ângelo Barbosa, Gregório Peres e final da Avenida Gramado, no Jardim das Palmeiras; canalização de rede de água pluvial na Rua Prof. Dr. João Pitta Pinheiro, Travessa A e B, Blocos Conjunto Residencial Vitória Régia e moradores residenciais do Bairro Cavalhada; colocação de cascalho e areia na Estrada Barro Vermelho, do n° 50 ao n° 1000; pelo Ver. Gert Schinke, 01 Pedido de Informações, acerca do Projeto da ADVB para o Parque da Harmonia, existente na Secretaria de competência deste Município; pelo Ver. João Dib, 02 Pedidos de Providências, solicitando substituição de duas lâmpadas queimadas, à mercúrio, na Av. Carlos Barbosa, esquina Rua Coronel Neves; substituição de chassis e tampa de cimento na Rua Voluntários da Pátria, frente ao n° 1413; pela Verª Letícia Arruda, 05 Pedidos de Providências, solicitando vistoria nas casas noturnas e clubes sociais e esportivos de Porto Alegre, para avaliação das condições de segurança de suas instalações pela SMOV e SMAM; desobstrução de canos da Av. Maceió; patrolagem e capina da Av. Maceió, conserto do vazamento de água na Av. Circular, esquina Saturnino de Brito; colocação de placa de identificação na Praça Bernardi, no Bairro Cristo Redentor; pelo Ver. Omar Ferri, 01 Pedido de Providências, solicitando iluminação pública na Escola Estadual de 1° Grau Olintho de Oliveira, situada na Rua da República n° 635; pelo Ver. Vicente Dutra, 02 Pedidos de Providências, solicitando regularização dos horários da Linha de Lotação Mont' Serrat - Iguatemi (via Anita Garibaldi); conserto de um cano de esgoto próximo à Escola de 1° Grau Porto Alegre, na Rua João Dallegrave, 130. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios n°s 65; 49; 70; 04; 43; 59; 60; 68; 67/89, do Sr. Prefeito Municipal; 825; 831; 823; 824; 830; 841/88, do Sr. Prefeito Município; 01/89, da Comissão Especial constituída para examinar o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 17/88; 02/89, da Comissão Especial constituída para examinar o Projeto Complementar do Executivo n° 13/89; 06/89, da Câmara Municipal de Capão do Leão; Ofício-Circular n° 01/89, da Câmara Municipal de Alegrete; Cartões das Câmaras Municipais de Cruz Alta; de Belo Horizonte; Telex das Câmaras Municipais de Macapá; de Boa Vista. A seguir, contatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Lei do Executivo n° 17/88 que teve adiada sua discussão e votação por duas Sessões a Requerimento, aprovado, do Ver. Flávio Koutzii, encaminhado à votação pelos Vereadores Clóvis Brum, Nelson Castan, Flávio Koutzzi e Lauro Hagemann. Após, foram apregoados o Ofício-Circular n° 02/89, da Mesa, em que é comunicado que não será paga qualquer ajuda de custo, pelo período da presente convocação extraordinária, e o Parecer n° 291/89, da Auditoria da Casa, referente ao processo n° 419/89. Ainda, foi apregoado Requerimento do ver. Cyro Martini, solicitando que seja lida Moção resultante da Assembléia Geral da Associação dos Delegados de Polícia deste Estado, levada a efeito dia vinte e quatro do corrente, na sede da entidade. Na ocasião, o Sr. Presidente respondeu Questão de Ordem do Ver. Airto Ferronato, acerca do Parecer n° 291/89, da Auditoria da Casa, acima referido. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER o Ver. Wilson Santos falou sobre os proventos recebidos pelos aposentados do Instituto Nacional de Previdência Social, cujos valores, muitas vezes, são inferiores ao salário mínimo. O Ver. José Valdir protestou contra o processo de despejo enfrentado pelos moradores da Vila Dr. Juliano Moreira, analisando os aspectos envolvidos na questão e a recusa, pelo Governo Federal, de doação dessa área às famílias que hoje vivem no local. O Ver. Luiz Braz teceu comentários sobre o pronunciamento do Ver. José Valdir, acerca do processo de despejo da Vila Dr. Juliano Moreira, lamentando medidas do Governo Federal com relação ao assunto e o posicionamento assumido pelo Juiz responsável pelo processo, que já permitiu a retirada, do local, de três famílias. O Ver. Vieira da Cunha, referindo-se ao processo de despejo enfrentado pelos moradores da Vila Dr. Juliano Moreira, disse que seu Partido sempre assumiu uma posição de defesa das famílias que se encontram nesse tipo de situação. Solicitou do Partido dos Trabalhadores o encaminhamento de uma solução concreta para o caso. E o Ver. Clóvis Brum declarou que seu Partido deverá estudar profundamente o processo de despejo enfrentado pelos moradores da Vila Dr. Juliano Moreira. Destacou ser função do Executivo Municipal encontrar uma solução rápida e definitiva para a situação, solicitando da Bancada do PT medidas a esse respeito. Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente levantou os trabalhos às quinze horas e quatorze minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de manhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Valdir Fraga e Isaac Ainhorn e secretariados pelos Vereadores Adroaldo Correa e Clóvis Brum, o último como Secretário "ad hoc". Do que eu, Adroaldo Correa, 3° Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1° Secretário.

 

 


O SR. PRESIDENTE: Havendo "quorum", passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. Nº 2724/88 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N° 017/88, que institui e disciplina o Imposto sobre a Transmissão "Inter-Vivos", por ato oneroso, de bens imóveis e de direito reais a eles relativos. Com Emendas nºs 01 a 11 e Subemenda n° 01 à Emenda n° 01.

 

Parecer:

- da Comissão Especial. Relator Ver. Clóvis Brum pela aprovação do Projeto com Emenda n° 01 e Subemenda n° 01 à Emenda n° 01, e com as Emendas nºs 02 (somente a letra "a"), 04, 05, 06, 07, 08 e 10. Pela rejeição das Emendas n°s 02 (somente a letra "b"), 03, 09 e 11.

 

O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa, Requerimento do Ver. Flávio Koutzii, solicitando que o PLCE n° 017/88 tenha adiada sua discussão e votação por duas Sessões. Em votação. (Pausa.) Encaminha o Ver. Clóvis Brum, que está com a palavra.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Projeto de origem Executiva tentou sofrer uma profunda alteração, elevando-se a alíquota de 2% até 5%, proposta pela Liderança do Partido dos Trabalhadores. Um Imposto, Sr. Presidente, que, rigorosamente, se dá mais em função do imóvel do que pela própria alíquota. Deseja, a Liderança do PT, o adiamento por duas Sessões. A princípio me colheu de surpresa esta pretensão, porque se ela parte dos partidos que não estão no Governo é concebível, mas, partindo do Partido que dá sustentação política ao Poder Executivo, ela passa a me procurar, e, ouvindo o consenso das Lideranças da Casa que se manifestam favoráveis e a preocupação e a certeza de que na próxima segunda-feira o Projeto em discussão e votação - este Projeto - possa ter sofrido uma melhora considerável em favor da população de Porto Alegre. Convenhamos, era um Imposto que não era nosso e que o Município recebe em boa hora, dir-se-ia que, também, algumas atribuições que não eram do Município passaram ao Município. E eu concordo. Agora, rigorosamente, o adiamento solicitado pelo PT, numa tarde como a de hoje, em que se poderia discutir este Projeto até amanhã, se fosse o caso. Discutiríamos toda a tarde, poder-se-ia- convocar a assessoria da Fazenda, para vir daqui a uma hora, daqui duas horas, é o único Projeto em Pauta, hoje, numa Convocação Extraordinária.

A preocupação do PT deve ser relevante e nós a compreendemos; agora, esperamos que este adiamento traga ao Projeto uma contribuição importante, uma contribuição que diga da filosofia de trabalho da Administração Municipal, sob a inspiração do Partido dos Trabalhadores.

Nós vamos encaminhar favorável ao adiamento, mas esperamos e reiteramos que, na segunda-feira, não digo na segunda-feira, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, até sexta-feira, ao final da tarde, ou no começo da segunda-feira de manhã, se possam ter as alterações que o PT pretenda introduzir ao Projeto, para que também não venham estas alterações na hora da votação, sob pena de cobrar do Plenário uma decisão açodada. Nós gostaríamos de ver as preocupações da Liderança do PT documentadas com as devidas antecedências, na reunião de segunda-feira, a fim de que as demais representações na Casa possam examinar o que de novo, o que de bom o PT apresenta à população de Porto Alegre em termos de Projeto de Imposto sob Tramitação da Propriedade.

Era esse o encaminhamento, Sr. Presidente, encaminhamento favorável, na certeza de que realmente o PT traga uma contribuição importante a esse Projeto. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encaminha, o Requerimento do Ver. Flávio Koutzii, pelo PDT, o Ver. Nelson Castan, 5 minutos sem apartes.

 

O SR. NELSON CASTAN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a análise e o estudo, o entendimento profundo do ITBI, que nos cabe neste momento analisar, avaliar do ponto de vista do interesse maior da comunidade de Porto Alegre, justifica, no nosso entender, o adiamento dessa questão para segunda-feira, conforme o pedido do Líder do PT.

Nós esperamos que esse adiamento permita uma reflexão maior, principalmente por parte daquela Bancada que está pedindo esse adiamento. Analisamos, ainda que brevemente, o Projeto. Analisamos as Emendas propostas, e nos preocupa por demais, Sr. Presidente, uma coisa que está se afigurando nesse começo de Administração da Frente Popular e nesse começo de Legislatura, algo que está se configurando com uma enorme voracidade fiscal, por parte do Executivo e da Bancada situacionista nesta Casa. Por este motivo, pela preocupação que esta Casa deve ter com os interesses da comunidade de Porto Alegre e com a preocupação que toda a sociedade dispensa a essa avalanche tributária, esse verdadeiro confisco da sociedade, é que nós entendemos justificável a transferência desse assunto, por duas Sessões, para segunda-feira.

Então, queremos deixar registrada esta preocupação, e dizer que por orientação da nossa Liderança, a Bancada do PDT estará sempre vigilante, na tentativa de imunizar a população de Porto Alegre contra isso que se afigura, contra isso que se delineia no horizonte, contra essa busca, muitas vezes sem critério, de recursos da sociedade para o Poder Público. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encaminha, pelo PT, o Ver. Flávio Koutzii.

 

O SR. FLÁVIO KOUTZII: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em nome da Bancada do PT, da Bancada do Governo, eu queria agradecer a forma pela qual se expressaram Líderes Vereadores que ocuparam a tribuna anteriormente, o nosso pedido acolhido, o entendimento já expresso pelos Vereadores que falaram aqui, muito claramente, muito simplesmente, muito diretamente quanto à necessidade que nós, Vereadores da Frente Popular, sentimos de examinar com mais cuidado e rigor a repercussão concreta de uma série de Emendas, que os debates do fim da tarde de ontem para esta manhã acrescentaram ao Projeto ora em discussão. Então, neste momento, justamente, onde há esta atenção política e social que representa a necessidade que o Município tem de recolher recursos e a dramaticidade que representa sobre a população mais demandas de pagamentos e impostos, com expropriação dos seus salários, é que nós temos que trabalhar com a maior responsabilidade e, no ponto de equilíbrio, seja justo com o outro nível da questão que ora se relaciona. Agradecemos a compreensão, sobretudo, porque reflete uma atitude elevada, responsável, que supera evidentemente, a preocupação da tática e do detalhe da confrontação política, e se coloca à serviço do melhor esclarecimento possível do Projeto e suas repercussões. Portanto, será a melhor maneira de cada um, segundo o seu entendimento, defender o que é melhor para os interesses dos porto-alegrenses. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encaminha, pelo PCB, o Ver. Lauro Hagemann.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, fui designado pelos componentes da Comissão Especial, para presidir a Comissão que examinou este Projeto e o que parecia ser uma coisa simples acabou se transformando numa coisa complicada. Não se tratava, pura e simplesmente, da transposição da antiga Lei Estadual para o âmbito municipal. Ela sofreu algumas alterações que foram expressas nas Emendas apresentadas pelos ilustres membros da Comissão e desta Casa. No exame da questão, no âmbito da Comissão, se começou a dar conta da complexidade que se propunha a esta Casa na fixação de um novo tributo de transmissão inter-vivos. E a Comissão não teve outra alternativa, dada a premência do tempo, senão examinar com uma certa pressa estas questões, que a cada minuto que passa se mostram muito profundas e capazes de repercussões muito além do que a nossa imaginação possa entender, no âmbito da sociedade porto-alegrense. Daí por que é prudente o Requerimento do Ver. Flávio Koutzii, pedindo o adiamento da discussão e votação desse Projeto, porque a Fazenda Municipal poderá, nesse ínterim, dar um quadro mais preciso das repercussões reais daquilo a que se propôs no Projeto. Não é uma justificativa, mas pode-se explicar porque isso não veio antecipando a discussão sobre estudos mais profundos da Secretaria da Fazenda, dos órgãos do Município, porque a Administração Municipal da Frente Popular assumiu ontem as rédeas do Município. Isto explica, pode não justificar, mas se estende o apelo à compreensão da Casa para que releve esta falha, pela explicação de que a premência do tempo não produziu o tempo necessário para esse exame mais profundo, o que deverá ocorrer nos próximos dias.

Por isso, Srs. Vereadores, vejo com satisfação que há um entendimento da Casa, no sentido de se aprovar esse Requerimento, de se adiar a discussão e votação desse Projeto. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos.

Em votação o Requerimento do Ver. Flávio Koutzii, solicitando que o PLCE n° 017/88 tenha adiada sua discussão e votação por duas Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)  APROVADO.

Solicito ao Sr. Secretário que leia o ofício n° 02/89, da Mesa, e o Parecer n° 291/89 da Auditoria.

"Of. Circ. n° 002/89                               Porto Alegre, 26 de janeiro de 1989.

Sr. Vereador:

Dirigimo-nos a Vossa Excelência para comunicar-lhe que tendo em vista que a Constituição Federal não contempla remuneração especial para convocação extraordinária, e a consulta do Vereador João Dib, subscrita para outros Vereadores, a Mesa decide que não será paga qualquer ajuda de custo, pelo período de convocação extraordinária de 23/01 a 31/01/89.

No ensejo, renovamos a V.Exª nossa consideração."

 

"AUDITORIA

 

                   Parecer n° 291/89 -  Proc. n° 0419/89

Questão de Ordem formulada pelo Vereador Airto Ferronato (Processo Legislativo adequado à Instituição de Impostos no Município).

Em preliminar.

1 - A Constituição Federal anterior e a vigente Constituição determinam que as normas gerais sobre tributos sejam instituídas por Lei Complementar. No entanto, o próprio Código Tributário Nacional foi aprovado por Lei Ordinária, a Lei n° 5.172, de 25/10/1966 e suas alterações.

É no sentido de lembrar que no caso particular do Código Tributário, só é Lei Complementar por interpretação do Judiciário, porque, na verdade não foi votada com as exigências impostas pela Constituição, para ter o caráter de Lei Complementar" (Grifamos.);

Prof. Josaphat Marinho. In Elementos de Direito Tributário, p. 189. Editora Revista dos Tribunais.

2 - O ICMS esta tramitando na Assembléia Legislativa do Estado como Projeto de Lei Ordinária.

3 - No Município de Porto Alegre, a Lei Orgânica, adotando o princípio consagrado nas Cartas Magnas, determina que o Código Tributário Municipal deve ser instituído por Lei Complementar – art. 49 da LO.

O Código Tributário Municipal vigente foi instituído pela Lei Complementar n° 007, de 07/12/1973.

Quanto às demais leis tributárias, em uma pesquisa rápida na Biblioteca desta Casa, obtivemos os seguintes dados:

São Leis Complementares todas aquelas leis que alteram expressamente dispositivos da Lei Complementar n° 007, (Código Tributário).

Tiveram tratamento de Lei Complementar leis sobre: Anistia Fiscal, sobre IPTU, Taxa de Lixo e ISSQN (Lei Complementar nº 185/88); sobre Tarifas; de isenção de tributos; de redução de alíquotas de ISSQN (Lei Complementar nº 123/85); que instituiu taxa de coleta de lixo (Lei Complementar nº 113/85); que instituiu taxa de expediente (Lei Complementar nº 094/83); Lei sobre IPTU (Lei Complementar nº 075).

As leis de isenção tributária tanto foram editadas como Leis Complementares como por Leis Ordinárias. Exemplo: Leis Ordinárias de Isenção Tributária: Lei nº 3.066/67, Lei nº 4.317/77, Lei nº 5.406/84 e Lei nº 5.529/84.

Leis Complementares de Isenção Tributária: Leis Complementares nºs 029/76, 038/78, 152/87, 165/87 e 190/88.

Verifica-se, portanto, que o legislador municipal, predominantemente, tratou dos tributos através de Lei Complementar, inclusive quanto a taxas  e tarifas.

A imprecisão técnica é comum, no Direito Brasileiro, no que refere à matéria.

Observa Aliomar Baleeiro, ‘O tributo é vetusta e é fiel sombra do poder político há mais de vinte séculos’ (Obra já citada, p. 178).

Portanto a flexibilidade na escolha de norma (para atender o princípio constitucional da legalidade) tradicionalmente tem decorrido das circunstâncias políticas, econômicas e sociais do momento.

Concluindo, s. m. j., entendemos que a instituição de impostos municipais por Lei Complementar traduz a importância que o legislador local vem atribuindo à matéria, que, de resto, efetivamente é do maior interesse, tanto para o Município como para os contribuintes.

Opinamos no sentido de que os tributos de que trata o PLCE n° 013/88 e o PLCE n° 017/88 podem ser apreciados segundo o rito processual instituído no Regimento Interno para apreciação de Leis Complementares Municipais.

À consideração superior.

Em 26 de janeiro de 1989.

(a)    Sueli Silveira de Moura

                                                                                                    Auditora-Geral"

 

O SR. AIRTO FERRONATO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, essa colocação que eu fiz naquela oportunidade, ela veio em se tratando de eu ser o Presidente da Comissão de Orçamento e Finanças desta Casa, para resguardar a própria Comissão, para resguardar o Presidente e para resguardar os demais membros dessa Comissão é que eu fui forçado a pedir esse esclarecimento à Mesa. Porque como está bem comprovado no Parecer, é possível nos instituirmos tributos, impostos, via Lei Ordinária, então se este Projeto fosse via Lei Ordinária, seria a nossa Comissão que o examinaria. A colocação que eu fiz foi exatamente para dizer que nós não estamos nos afastando de qualquer avaliação na Comissão de Orçamento e Finanças, nem o Presidente, nem os seus membros. E obrigado pelos esclarecimentos.

 

O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. Secretário que leia o Ofício e a Moção recebida hoje pela Mesa.

 

O SR. SECRETÁRIO: (Lê.)

"Ao Exmo Sr. Ver. Valdir Fraga

DD. Presidente Câmara

N/Capital

Cyro Martini, Vereador, vem, por intermédio deste, solicitar a essa Presidência receber cópia e determinar a leitura da Moção resultante da Assembléia Geral da Associação dos Delegados de Polícia deste Estado, levada a efeito ontem, à noite, na sede da entidade, para ficar consignado nos Anais desta Câmara.

Porto Alegre, 25 de janeiro de 1989.

                                                                              (a) Ver. Cyro Martini"

 

"Moção de Porto Alegre

Considerando a presença de representantes da Associações co-irmãs de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina nesta Assembléia Geral da Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul - Asdep/RS;

Considerando a necessidade de se estabelecer parâmetros para a luta a níveis estadual e nacional, com o objetivo de resgatar a respeitabilidade e autonomia das Polícias Civis Estaduais;

Considerando o momento histórico em que se deflagra luta pela implementação jurídica da isonomia, assegurada constitucionalmente aos Delegados de Polícia, tido como marco de nova dignificação da própria instituição da Polícia Civil em todos os quadrantes do País;

Os Delegados de Polícia reunidos nesta Assembléia, exortam à classe policial e à comunidade estadual e nacional, os seguintes pontos norteadores para uma Nova Polícia Civil:

1° - Lutar pela efetivação da isonomia remuneratória do Delegado de Polícia com as demais carreiras jurídicas afins, assegurada no art. 241 da Constituição Federal;

2° - Lutar pela pronta promulgação da Lei Orgânica das Polícias Civis a nível federal, bem como a consolidação da institucionalização dos instrumentos necessários nas Constituições e Leis dos respectivos Estados;

3° - Buscar a autonomia organizacional e funcional, em atendimento ao § 4° do art. 144, da Constituição Federal, com a eliminação da Secretaria da Segurança Pública e a pronta instituição do Chefe de Polícia como dirigente máximo ligado ao respectivo Governador do Estado;

4° - Democratização interna com a eleição do Chefe de Polícia pela classe dos Delegados de Polícia, bem como o fim da censura às Autoridades Policiais sobre os níveis de recursos humanos, materiais e técnicos;

5° - Fim de perseguição política aos Delegados de Polícia, sintomaticamente sentidas nas remoções e promoções;

6° - Efetiva direção, administração e democratização do planejamento e orçamento relativos aos recursos da Polícia Civil;

7° - Buscar aperfeiçoamento técnico mediante cursos de especialização sistemáticos, bolsas de estudo a nível nacional e internacional, convergentes à atividade e ao interesse policial.

8° - Eleger, por lei, critérios técnicos e objetivos nas relações do pessoal, promoção e aperfeiçoamento técnico, com o apoio de centros de pesquisas das Universidades;

9° - Preencher os cargos vagos de Delegados de Polícia mediante concurso público anual, bem como a criação por Lei de novos cargos quando a necessidade determinar;

10° - Adoção de postura e comportamento profissional rigorosamente técnico e sempre em conformidade com a legalidade vigente, bem como manter o combate constante à má conduta policial e incrementar o fortalecimento da dignidade funcional e do espírito classista entre os integrantes da Polícia Civil.

                                                                                   Porto Alegre, 24 de janeiro de 1989.

                                                                           ASDEP-RS."

 

O SR. PRESIDENTE: Pedido de Liderança do Ver. Wilson Santos, Líder do PL. V.Exª tem 5 minutos sem apartes.

 

O SR. WILSON SANTOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu apenas vou fazer um breve registro para com este tipo de atitude repetida, chamarmos a atenção para a situação dos aposentados pelo Instituto Nacional de Previdência Social. E eu quero fazer o registro até pela presença, nas galerias, do Sr. Sérgio Moisés Martins, que foi aposentado em 1981, sob o nº 7.779.358-4. Pois este cidadão contribuiu durante 30 anos para a Previdência. Quando ele se aposentou, em 1981, já se aposentou com uma miserável aposentadoria, porém, o valor da aposentadoria equivalia, a época, ao salário-mínimo. Hoje, decorridos sete anos, ele está com o seu carnê em mãos, e está com apenas 20 mil cruzados de aposentadoria. Então, em sete anos, conseguiu-se fazer, via Previdência, que ele diminuísse mais da metade da sua remuneração. Então, aqui fica uma preocupação: que daqui a sete anos, ele não estará recebendo nada. Mas é evidente que nós não vamos pensar no que vai acontecer depois; nós temos que registrar, desta tribuna, a situação miserável dos aposentados, hoje, no Brasil. De forma que, com um exemplo prático, tangível, está aqui, cristalina, um exemplo claro do Sr. Sérgio Moisés Martins.

Era o registro que a Liderança do PL queria fazer, de forma simples, singela, mas que realmente é um assunto que muito preocupa. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Com a palavra, o Ver. Flávio Koutzii, que cede o seu tempo ao Ver. José Valdir.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que me traz a esta tribuna é uma denúncia e a defesa de um direito. A denúncia é contra o Governo do Estado, e a defesa é o direito dos moradores da Vila Dr. Juliano Moreira, que estão sendo ameaçados de despejo, por parte do Governo do Estado. Estive, pela manhã, nesta Vila, e antes de mim já tinha estado lá o Ver. Luiz Braz, ao qual tenho profunda admiração, apesar das divergências, pelo seu trabalho de apoio às lutas populares como fez na nossa região junto com o saudoso Ver. Valneri Antunes. Ocorre que esta Vila, Vila Dr. Juliano Moreira, existe há mais de 50 anos. Segundo os moradores, os primeiros habitantes chegaram à Vila, ocuparam aquela área em 1930, e o terreno no qual está assentada a Vila era originalmente de propriedade da Intendência de Porto Alegre, que vendeu ao Governo do Estado em 1928. Em 1972, o Governo do Estado destinou uma parte da área para a Fundação Zoobotânica, num total de 431 mil metros quadrados, e incluiu nesta doação os dois hectares onde já estava assentada a Vila. No dia de hoje foi dado início a um processo de despejo dos moradores da Vila, que, no meu entender, é futuro de uma decisão arbitrária do Governo do Estado que visa desocupar toda a área, desconhecendo o direito de posse desses moradores, que estão ali há mais de 50 anos. E começou isso despejando três famílias que estavam ali há menos tempo, há dois anos. Uma destas famílias, o chefe da família está desempregado e tem dois filhos menores. A recusa do Governo em reconhecer o direito dos cerca de 500 moradores, os têm obrigado a viver sem as mínimas condições de infra-estrutura, sem instalação elétrica da CEEE - a que existe é clandestina e feita pelos próprios moradores - , sem saneamento básico de nenhuma espécie. E aí um detalhe interessante: o Governo se recusa a doar esta terra para os moradores que estão ali há mais de 50 anos. No entanto, na mesma região, doou terras para várias entidades, entre elas, doou em 1974, 26 mil metros quadrados para o Círculo Militar; doou em duas oportunidades, para a PUC, uma vez 40 mil metros quadrados e depois 60 mil metros, num total de 100 mil metros quadrados.

Então o que está se colocando aqui é, em primeiro lugar, a justeza da reivindicação dos moradores, que não podem ser afastados desta forma, aliás, que não podem ser afastados da área, estão ali desde 1930 e que o Governo do Estado adote o mesmo comportamento que adotou com a PUC e com o Círculo Militar, que doe estes dois hectares para os moradores ali viverem, sem serem incomodados.

Este é  meu protesto, a minha denúncia que estou colocando aqui. Os moradores estão se mobilizando através da UAMPA, através da FRACAB, e inclusive tomando as medidas judiciais cabíveis. Mas o importante é que nós, Vereadores desta Casa, nos posicionemos em favor, em defesa do direito de morar dessa gente que está ali há tanto tempo e contra esse ato arbitrário do Governo do Estado. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Liderança, com o Partido Trabalhista Brasileiro, Ver. Luiz Braz.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, não ia hoje falar neste caso da Vila Dr. Juliano Moreira porque é alguma coisa que nós estamos acompanhando já há bastante tempo, e hoje o que aconteceu é apenas mais um episódio, entre tantos, dos que já ocorreram ali naquela localidade.

Mas o que quero acrescentar ao que trouxe aqui o Ver. Valdir, é que ali na Juliano Moreira, depois de muitos anos, de muito tempo de ação, exatamente no mês de setembro ou outubro, o Juiz chegou à conclusão de que deveria expedir o mandado despejando essas três famílias, entre cem famílias que existem naquela localidade, e o cumprimento dessa ação que deveria se dar naquela época, antes da época das eleições, não se deu, e não se deu antes da época das eleições, parece que atendendo os interesses eleitorais daquele momento. Depois vieram as férias forenses, terminada as férias forenses, eis que o Juiz emite um novo mandado, porque o primeiro mandado mandava o seguinte: que as famílias fossem intimadas e que elas teriam dez dias para poderem deixar o local. O Juiz emitiu, logo após as férias forenses, um novo mandado e o novo mandado dizia o seguinte: para que as famílias fossem despejadas imediatamente, e isto realmente aconteceu, e aconteceu no dia de hoje. É uma das coisas mais dolorosas que se pode realmente assistir, é uma das coisas mais terríveis que pode acontecer com qualquer família, aquilo que aconteceu hoje, ali, na Vila Dr. Juliano Moreira.

Quero mais uma vez, registrar aqui desta tribuna que aquelas famílias da Juliano Moreira, elas foram vítimas de uma ação do Governo que doou essas famílias juntamente com uma grande área de 21 hectares para a Fundação Zoobotânica. Antes da doação daquela área para a Fundação Zoobotânica, já havia outras doações para o Clube Farrapos, para o 8º Distrito de Meteorologia e para outras entidades que existem atualmente, ali, e exatamente ao invés de doar aqueles dois hectares de onde estão as famílias para que elas pudessem continuar morando por ali; não, eles doaram toda a área, juntamente com aquelas famílias.

Então, por isso que entendo que as famílias também foram doadas para a Fundação Zoobotânica para que esta pudesse fazer aquilo que bem entendesse com aquelas famílias. Estas famílias estão sendo defendidas, quase pela sua totalidade, pelo advogado Claúdio Millmann, que conseguiu praticamente vitórias em quase todas as causas, mas perdeu estas três. Por incrível que pareça, o Juiz pediu que fosse cumprida imediatamente, estava lá no mandado judicial, imediatamente a ação de remoção destas famílias.

Eu quero, neste final de pronunciamento, registrar também a insensibilidade do Oficial de Justiça de nome Max, que é exatamente membro do PDT hoje e estava se declarando membro do PDT e disse o seguinte, inclusive declarou para todos ouvirem: que nem mesmo o Dr. Alceu Collares conseguiu impedir um despejo que aconteceu antes um pouco das eleições, disse que o próprio Dr. Alceu Collares tentou impedir o despejo que aconteceu antes das eleições. O próprio Dr. Alceu Collares tentou impedir um despejo que aconteceu. Eu não entendo esse tipo de socialismo que pratica o PDT, porque impedir, inclusive, que as famílias pudessem retirar seus pertences de dentro das casas, desmanchar as casas para que elas pudessem reaproveitar aquelas tábuas, nem isso esse Oficial de Justiça, que se diz, que confessou ser membro do PDT, hoje concedeu aquelas famílias que estavam lá sendo despejadas.

Eu sinto que o Governo do Estado tenha tido esse tipo de ação; sinto que a Fundação tenha tido esse tipo de atitude, e que esse Oficial de Justiça bastante insensível tenha ido hoje lá para cumprir esse mandado. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Liderança, com o PDT, Ver. Vieira da Cunha.

 

O SR. VIEIRA DA CUNHA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu não poderia deixar de iniciar minha manifestação, dizendo ao Ver. Luiz Braz que ele traz aqui da tribuna uma informação e tenta tirar dessa informação ilações políticas, sem o mínimo cabimento. Oficial de justiça que cumpre o mandado judicial é filiado ao Partido, então ele critica o PDT. É sem sentido nenhum, Vereador, que eu nem vou tecer maiores comentários, porque não faz jus ao seu brilhantismo contumaz, a sua inteligência nesta tribuna. E digo mais, que o PDT se soma às preocupações de todas as Bancadas desta Casa, e se soma à luta de todas as famílias que, em Porto Alegre, estejam ocupando terras, sejam elas particulares ou públicas, no sentido de que seja garantida a cada uma dessas famílias a permanência no local onde moram.

Aliás, esse foi um compromisso assumido pelo Governo Collares e que foi cumprido. Nenhuma família em Porto Alegre, durante os três anos de nossa Administração, e está aqui o Vice-Líder do PDT, Ver. Dilamar Machado, que foi Diretor Geral do DEMHAB e que coordenou alguns reassentamentos, pois na nossa Administração não houve remoção, houve reassentamento, sempre discutidos nas Associações de Moradores respectivas.

Eu lembro o episódio da chamada Vila Borges de Medeiros em que ninguém acreditava que pudesse haver o reassentamento daquelas famílias que estavam em condições subumanas, à margem do arroio Dilúvio e que foram reassentadas todas elas.

Quero também dizer que, ao mesmo tempo em que nós cerramos fileiras com a Bancada do PT, na defesa desta famílias, contra esta postura indesculpável do Governo do Estado, e lembrar a Bancada do PT, que atualmente eles também são Governo Municipal e que ninguém mais do que eles têm os instrumentos necessários hoje de solucionar este conflito, em favor destas famílias.

Se é verdade que em terra pública - e isto é verdade - não cabe a exceção de usucapião, é também verdade que o Governo Municipal pode muito bem transacionar com o Governo Estadual, no sentido de que seja garantido o direito de posse daquelas famílias. Temos absoluta convicção, Ver. Flávio Koutzii, de que isto ocorrerá, e que o PT não se limitará, porque isto não é mais sua função, de vir à tribuna fazer denúncias e se solidarizar com aquelas famílias. O Governo da Frente Popular, coerente com seus compromissos, vai efetivamente encaminhar soluções para aquele problema. Volto a repetir, tem em suas mãos os instrumentos necessários para isso, na condição de titulares do Poder Executivo de Porto Alegre, podem encontrar uma solução amigável ou não, com o Governo do Estado, no sentido de preservar o direito de posse das famílias da Vila Juliano Moreira. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Liderança, com o PMDB, Ver. Clóvis Brum.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ouvi com atenção, recebo com uma contribuição importante. Tão logo concluída esta reunião da Mesa, vou diligenciar, junto à Procuradoria Geral do Estado, para examinar a situação desta área, ver a autoria da ação, e transmitir, também, ao Governador as preocupações dos Vereadores desta Casa, de Porto Alegre, em relação àquelas famílias. Mas, a bem da verdade, o Governo Simon não fez nenhuma doação a entidade militar ou civil, citadas pela Liderança do PT na tribuna. E me falava o Ver. José Valdir que havia esquecido de salientar esse fato. A atual Administração do Estado não fez nenhuma doação. Acho que o discurso do Vereador Líder do PDT teve um belo encaminhamento, uma bela direção que recoloca as coisas no seu devido lugar. O PT não pode mais bater palmas! O PT não vai poder mais fazer greve com os funcionários municipais! Terminou. Ainda mais: o PT vai dar soluções para o funcionalismo municipal. Imaginem a Bancada do PT acompanhando a greve dos funcionários municipais! O Prefeito Olívio Dutra se solidarizando com a greve dos funcionários municipais. Apenas um exemplo. Tem que encontrar soluções para o problema. O PT é Administração. Terminou a fase da denúncia, senão vão passar os 4 anos de Administração do PT denunciando, batendo palmas, fazendo greve! Não, agora chegou o momento da realização. Pensei que o PT já trazia à Casa uma indicação. Por exemplo: propondo que o Governo do Estado fizesse doação à COHAB e essa viabilizasse um plano de habitação popular ali. Ou, quem sabe, uma indicação, propondo ao Governo do Estado que fizesse uma permuta com uma área do Município, ou então um Pedido de Providências ao Prefeito Olívio Dutra! Ou, quem sabe, mais: que o próprio Prefeito Olívio Dutra mandasse esta Casa, dentro do elenco da Convocação Extraordinária, um Projeto propondo a permuta de área. O PT tem que dar solução! Só aqui foram discorridas três, ou quatro soluções, que são as normais: permuta de área com o Estado, localização dessas pessoas em outras áreas. Afinal, é competência do Município o problema habitacional no Município. Essa história de fazer denúncia sem solução não tem mais, terminou, terminou no dia 1° de janeiro. Bater palmas não, greve não, é trabalho, temos que trabalhar pela Cidade, e vamos trabalhar, efetivamente, dando soluções. Eu imaginava, sinceramente, que a Liderança do PT, ao ocupar esta tribuna, já discorresse com cinco, seis ou dez soluções práticas; tem o DEMHAB, o Executivo da Cidade, a Capital do Estado, ou, por acaso, não pode o Prefeito visitar o Governador e terem um entendimento? Chegou o momento da prática do PT, denúncia já era; denúncia era possível, quando o Ver. José Valdir não era Vereador; hoje, ele dispõe de uma tribuna e do Poder Executivo, é ele, o seu partido que administram esta Cidade. Não cabe mais chegar aqui e denunciar despejo. Tem que dar uma solução.

Com todos os desacertos, com todos os erros, o PDT agiu assim: o PDT deu soluções para todos esses problemas. Agora, é chegado o momento do PT, não dá mais: bater palmas, denúncias, greves, não dá mais, é solução agora! O PT ganhou a eleição, ganhou a administração para administrar, não para brincar, vai ter que dar uma solução para o problema. Se despejarem uma família, o PT deve estar junto, oferecendo uma solução. Não quero, sinceramente, que o PT resolva todos os problemas relacionados com a moradia em Porto Alegre, seria até uma falta de ética e uma insensibilidade, mas que o PT, pelo menos, ofereça propostas concretas, reais para a solução dos problemas na Cidade. (Palmas.) Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar, declaro encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Levanta-se a Sessão às 15h14min.)

 

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